sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Actividades na Campo Aberto em Dezembro e Janeiro

Na tarde de sábado 4 de dezembro, decorrerá uma sessão sobre a valiosa flora da Serra de Valongo, que muitos desconhecemos ainda, com imagens comentadas por Maria Pires de Carvalho e Paulo Ventura Araújo, coautores dos livros À Sombra de Árvores com História e Um Porto de Árvores. Paulo Ventura Araújo é ainda autor do livro A Árvore de Natal do Senhor Ministro - crónicas arborescentes (estes livros podem ser adquiridos através de: contacto@campoaberto.pt).

Nesse mesmo sábado 4 de Dezembro, a partir das 15:00, apareçam na sede da Campo Aberto (Rua de Santa Catarina, 730-2.º andar, já perto de Gonçalo Cristóvão, no Porto), onde decorrerá a sessão sobre a flora da Serra de Valongo (a partir das 16:00 e até às 17:00). Para conversar, rever amigos, trazer novos amigos, lanchar, comer castanhas e beber jeropiga ou vinho do porto, ou chá ou café...Haverá depois lanche, rifas, um leilão, tudo isso em benefício da Campo Aberto (associação reconhecida de utilidade pública), que não tem subsídios e necessita do apoio financeiro de sócios e amigos.

Alguns produtos de artesanato e do comércio justo estarão disponíveis.

Poderá haver atividades para bebés e crianças durante esta quermesse, sendo para isso necessário informar até três dias antes a idade das crianças, para Lúcia Fernandes: luciaof@gmail.com e dando um n.º de tm ou tel.

Para informações complementares:
Maria das Dores: 968331573

PRÓXIMAS ACTIVIDADES DA CAMPO ABERTO

16 quinta-feira * Dezembro 21: 30 * Bairros e Ilhas do Porto - Urbanismo e Sustentabilidade, tertúlia com o Arq.º Nicolau Brandão, director do curso de arquitectura da ESAP - escola superior artística do Porto e alunos, e com Anabela Gonçalves e Sara Esteves, pela Campo Aberto; no Clube Literário do Porto, Rua Nova da Alfândega, 22 (a São Francisco)

11 terça-feira * Janeiro * Do Tempo e da Paisagem, tertúlia com o Arq.º Paisagista Henrique Pereira dos Santos, a propósito do seu livro com o mesmo título. Na sede da Campo Aberto (ver acima)

19 quarta-feira * Janeiro * Colher para Semear, tertúlia com José Miguel Fonseca, da associação Colher para Semear. Na sede da Campo Aberto

26 quarta-feira * Janeiro * II Parte de Ambiente uma Questão de Ética (se não foi à primeira parte, pode ir à segunda, que tem autonomia), com Maria José Varandas, a propósito do seu livro do mesmo nome. Na sede da Campo Aberto


quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Think Tank Gulbenkian: a Água e o futuro da Humanidade

Sessão de apresentação do THINK TANK Gulbenkian sobre a Água e o Futuro da Humanidade, dia 6 de Dezembro de 2010, às 17h30, Auditório 2, Fundação Calouste Gulbenkian.

Mais informações em:
http://www.gulbenkian.pt/index.php?object=160&article_id=2830&cal=eventos

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Ambiente Uma Questão de Ética

Decorreu, a 17 de Novembro de 2010, das 18:15 às 20:15, na sede da Campo Aberto, uma tertúlia intitulada Ambiente Uma Questão de Ética, a cargo da Dra Maria José Varandas, presidente da Sociedade de Ética Ambiental e membro do Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa.

A sessão marca o reinício do ciclo «A Natureza nas Religiões e nas Filosofias», no qual tinham já antes decorrido três sessões.
Maria José Varandas começou por explicar sucintamente o que é a Sociedade de Ética Ambiental, e o que são as éticas ambientais, tendo a seguir explicado alguns conceitos fundamentais para o tema, designadamente os conceitos de valor intrínseco, valor instrumental, valor sistémico, antropocentrismo ético e éticas não antropocêntricas, a oposição relacional/não relacional na questão do valor, inscrevendo-os no contexto da crise ambiental moderna e no das filosofias que a tentaram interpretar e a ela responder em termos conceptuais e práticos.
Neste momento, foi aberta uma troca de impressões em que várias pessoas presentes intervieram com evidente interesse, tendo sido focada por exemplo a questão do pensamento primitivo simbiótico versus pensamento racional antropocêntrico.
Seguidamente, a palestrante deteve-se numa análise introdutória a três pensadores que se destacam na ética ambiental contemporânea: Holmes Rolston III, para quem os valores existem objectivamente independentemente do avaliador, Paul Taylor, que retoma alguns dos pontos de partida de Albert Schweitzer e da sua «reverência pela vida», e de J. Baird Callicot, que, partindo do aspecto primacial que são as emoções, o sentimento de simpatia e antipatia na origem da vida moral, estabelece um certo equilíbrio entre uma atribuição subjectiva de valor pelo homem à natureza e o carácter iniludível do seu valor próprio, que ultrapassa a subjectividade humana.
Também esta parte foi vivamente debatida pelos presentes, tendo a sessão sido encerrada devido ao adiantado da hora, embora o debate se tenha prolongado por mais algum tempo em pequeno grupo de «resistentes».

Uma segunda parte desta sessão, que simultaneamente apresentava alguns temas do livro com o mesmo título, de autoria de Maria José Varandas e editado pela Esfera do Caos com apoio do Programa Gulbenkian Ambiente, vai decorrer no dia 19 de Janeiro de 2011, com a mesma palestrante.
O livro esteve à venda na sessão e passa a fazer parte do catálogo da «loja» da Campo Aberto (na sede e no e-sítio www.campoaberto.pt), podendo ser adquirido pelo preço especial de €12,00, mais, se for o caso, despesas de expedição. Para qualquer informação suplementar: contacto@campoaberto.pt

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Jornadas pelo Ambiente - Quercus

A Quercus vai realizar, no próximo dia 12 de Novembro, as suas XX Jornadas de Ambiente, este ano dedicadas ao tema da “Valorização dos Serviços dos Ecossistemas”. As Jornadas terão lugar no Dom Gonçalo - Hotel & SPA, em Fátima. As inscrições são gratuitas, mas obrigatórias.

Veja o programa em:

http://www.quercus.pt/scid/webquercus/defaulteventViewOne.asp?categoryID=487&eventsID=407

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Conferência - Decrescimento Sustentável

"Sustainable Degrowth", 12 de Novembro de 2010, 11h00-13h00, Auditório da Biblioteca da FCT-UNL

É possível criar uma sociedade onde se possa viver melhor com menos?

Apontamento sobre Conferência da Gulbenkian - "Felicidade"

Na 6ª feira passada, no auditório 3 da Gulbenkian decorria um colóquio cujo tema era a felicidade.

Sentámo-nos para ouvir a Sofia (Vaz). E ela de um modo bem encadeado e articulado chegou à ética das virtudes. Sim, os estudos comprovam e é uma verdade empiricamente reconhecida: a partir de certo grau de conforto material mais dinheiro não proporciona mais felicidade. O que fazer então? Trilhar o caminho da virtude, ou seja, aplicarmo-nos no aprimoramento do “inner self” através de uma acção em equilíbrio com o mundo. Atingido este patamar, um passo gigante para a felicidade teria sido dado. Uma ética das virtudes, não pergunta para onde devo ir, ou o que devo fazer, mas , antes, que tipo de pessoa devo ser na minha relação com os outros e com o mundo natural que me envolve. E hoje já não basta a humildade, essa sim uma boa virtude, porque permite a abertura ao outro que o autocentramento arrogante fecha, ou até mesmo a responsabilidade, a crise do ambiente diz-nos que outras virtudes devem ser assumidas para bem viver dentro dos limites do planeta – a eco-cidadania, a sustentabilidade ambiental. Antes de mais, porém, é preciso fazer a gestão dos limites do querer, afirmava a Sofia e aí pairou uma reminiscência de Nietzsche quando este afirmava que “a maior parte das pessoas estão demasiado ocupadas consigo próprias (leia-se com o seu querer) para serem más”.

Este foi o tema prosseguido por Eduardo Gianetti da Fonseca, que com uma espantosa facilidade de comunicação atingiu em cheio o “pathos” do auditório. Interrogações e mais interrogações ecoaram sem resposta no coração do público - Até que ponto as nossas escolhas têm conduzido à criação de condições adequadas para vidas mais livres e dignas de ser vividas? A civilização entristece o animal humano? O que houve de errado no projecto iluminista de conquista da felicidade por meio do progresso tecnocientífico? Qual deveria ser o peso do prazer na busca da felicidade?

A terminar a sessão, um filme de Morin, dominado pela pergunta “êtes vous heureux?”. E o que o autor encontrou foi mais desencontro do que felicidade.

Viriato Soromenho Marques fechou a sessão e, no comentário ao filme, aludiu ao pensamento aí expresso por uma “pin-up” loura de seios fartos e saia curta, afirmando que esse pensamento imprevistamente verbalizado pela rapariga, é bem capaz de ser o ponto de partida da felicidade- “ter um mundo dentro de si”, ou seja, uma cheieza feita de vida, equilíbrio, afecto, gente e....natureza.

Sociedade de Ética Ambiental

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Seminário da CNECV- 26 e 27 de Novembro

O Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (CNECV), órgão consultivo do Estado, realizará nos dias 26 e 27 de Novembro próximo, no Auditório 2 da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, o seu XI Seminário Nacional, subordinado ao tema Nanotecnologias e OGM: Ciência, Ética e Sociedade.

Mais informações em www.cnecv.pt

Constituição da República Portuguesa

Artigo 66.º
(Ambiente e qualidade de vida)

1. Todos têm direito a um ambiente de vida humano, sadio e ecologicamente equilibrado e o dever de o defender.

2. Para assegurar o direito ao ambiente, no quadro de um desenvolvimento sustentável, incumbe ao Estado, por meio de organismos próprios e com o envolvimento e a participação dos cidadãos:

a) Prevenir e controlar a poluição e os seus efeitos e as formas prejudiciais de erosão;

b) Ordenar e promover o ordenamento do território, tendo em vista uma correcta localização das actividades, um equilibrado desenvolvimento sócio-económico e a valorização da paisagem;

c) Criar e desenvolver reservas e parques naturais e de recreio, bem como classificar e proteger paisagens e sítios, de modo a garantir a conservação da natureza e a preservação de valores culturais de interesse histórico ou artístico;

d) Promover o aproveitamento racional dos recursos naturais, salvaguardando a sua capacidade de renovação e a estabilidade ecológica, com respeito pelo princípio da solidariedade entre gerações;

e) Promover, em colaboração com as autarquias locais, a qualidade ambiental das povoações e da vida urbana, designadamente no plano arquitectónico e da protecção das zonas históricas;

f) Promover a integração de objectivos ambientais nas várias políticas de âmbito sectorial;

g) Promover a educação ambiental e o respeito pelos valores do ambiente;

h) Assegurar que a política fiscal compatibilize desenvolvimento com protecção do ambiente e qualidade de vida.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Seminário sobre Biodiversidade

No dia 5 de Novembro, o grupo Portucel Soporcel organiza um seminário sobre a Biodiversidade, que terá incício pelas 8h30, no Hotel Ritz em Lisboa.

Mais informações em:
http://www.seminariobiodiversidade2010.com/

Debate "Ecologia e direitos dos animais"

No dia 12 de Novembro pelas 19h, a SEA estará presente no debate "Ecologia e direitos dos animais", evento integrado no programa cultural associado à Exposição de Relíquias do Buda, em Lisboa, na Escola Superior de Medicina Tradicional Chinesa, com as intervenções de Maria José Varandas e Manuel João Pires.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Aldo Leopold e a Ética da Terra

Aldo Leopold nasceu em 1887 e faleceu em 1948. A sua carreira, desde cedo, esteve ligada à gestão das florestas e ao conservacionismo. Tornou-se professor na Universidade de Wisconsin em 1933, onde regia a disciplina de gestão dos recursos cinegéticos integrada no departamento de Economia Agrícola. Os quinze anos de docência, e o aprofundamento dos temas do conservacionismo, conduziram-no à redacção da sua obra “Sand County Almanac” publicada um ano depois da sua morte.

Esta obra virá a ser considerada, juntamente com “Silent Spring” de Rachel Carson, um marco fundamental da literatura ambientalista do século XX, fundando um programa ecocêntrico de ética : a ética da terra.

A ética da terra é, justamente, o título da última secção da referida obra, que numas escassas 20 páginas desenvolve uma revolucionária maneira de entender o Homem, a Natureza, e a Ética.

Em primeiro lugar anuncia uma transição exigida por um processo evolucionário que é tanto filogenético quanto ético:

“uma ética da terra altera a função do Homo Sapiens, tornando-o de conquistador da comunidade da terra em membro pleno dela. Implica respeito pelos outros membros seus companheiros (fellow-members) e também respeito pela comunidade enquanto tal.”

Em segundo lugar, mostra o ser do mundo, incluindo aí o ser do homem: comunidade, simbiose, parentesco.

“A ética da terra, amplia simplesmente as fronteiras da comunidade para dentro delas incluir os solos, as águas, as plantas , os animais ou colectivamente a terra.”

Em terceiro lugar, evidencia a dinâmica funcional desse ser: inter-relação, diferenciação, conexão,

“toda a ética, até ao presente, repousa numa simples premissa – a de que o indivíduo é um membro de uma comunidade de partes interdependentes".

Em quarto lugar, enfatiza a sua dimensão estrutural: o amor (ou a bio-empatia) manifestado nos laços que ligam tudo a todos e todos a tudo.

“Quando compreendemos que a terra é uma comunidade à qual pertencemos, nós começamos a usá-la com amor e respeito”.

Daí que o salto qualitativo para a ampliação do círculo de consideração moral, a transição ética do homem no sentido da cidadania planetária, requeira, como condição necessária, segundo Leopold, uma literacia ecológica, capaz de esclarecer sobre o ser que somos, afins com tudo o que nos rodeia.

A “bondade” (i.e., o Bem) decorre da assunção dessa natural condição humana, da compreensão da rede funcional e intensamente inter-conectada que caracteriza a vida, da expansão dos sentimentos positivos a todos os nossos fellow-members da odisseia evolutiva terrestre. Por isso,

“Algo é bom quando preserva o equilíbrio, a integridade, a beleza da comunidade biótica, é mau quando não o faz.”

Leopold, A., 1949, A Sand County Almanac, London/ Oxford/ N. York: Oxford University Press (ed. portuguesa: 2008, Pensar Como uma Montanha, trad. Ed. Sempre-em-Pé, Águas Santas Ed. Sempre-em- Pé).